Greve dos roteiristas e atores de Hollywood e o impacto no setor audiovisual
(Imagem: Reprodução/Chris Delmas/AFP)
A greve dos roteiristas e atores de Hollywood teve grandes repercussões nos últimos meses e, após mais de 100 dias de paralisação, as partes envolvidas chegaram a um acordo.
Embora a paralisação esteja encerrada, com as devidas medidas sendo tomadas para garantir os direitos reivindicados pela categoria, o movimento ainda apresenta impactos significativos no mundo todo, podendo influenciar até mesmo o audiovisual brasileiro.
A atenção dada às movimentações conduzidas pelo Writers Guild of America (WGA), sindicato da categoria, mostra a relevância da discussão acerca do cenário atual no meio audiovisual.
Para saber mais sobre a greve dos roteiristas e atores de Hollywood, continue a leitura abaixo!
Após 100 dias da greve dos roteiristas, como estão as negociações?
(Imagem: Reprodução/Hipérion)
A greve dos roteiristas teve início no dia 2 de maio, sob o comando do Writers Guild of America (WGA), e se estendeu até 27 de setembro, quando foi oficialmente finalizada. Veja abaixo:
Pouco tempo após o início da paralisação, o Screen Actors Guild - American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), sindicato dos atores, também se juntou ao movimento.
Desde então, diversos acordos foram propostos pelos grandes estúdios, representados pelo Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que ansiavam pelo retorno desses trabalhadores, para que pudessem dar continuidade às suas produções.
Com a greve em andamento, diversos filmes e séries tiveram seu desenvolvimento interrompido, o que prejudicou o lançamento das produções e gerou prejuízos para os grandes estúdios.
Essa pressão foi essencial para que acordos mais satisfatórios começassem a ser propostos pela AMPTP.
Vale ressaltar que, em meio à paralisação, o SAG-AFTRA chegou a um acordo para que os estúdios independentes continuassem tocando seus projetos, tendo em vista que a problemática havia sido gerada pela grande indústria e não por esses agentes.
Finalmente, no dia 24 de setembro, foi anunciado que as partes envolvidas no processo haviam chegado a um acordo satisfatório, que contemplava as reivindicações das categorias que conduziram a paralisação.
Assim, no dia 27 de setembro, a greve dos roteiristas e atores de Hollywood chegou ao fim com uma conclusão satisfatória para os trabalhadores da categoria.
Entenda os motivos que iniciaram a greve dos roteiristas
Diversas questões estiveram envolvidas na decisão de dar início à greve. De modo geral, podemos pontuar as seguintes reclamações:
- Dificuldade em receber remunerações com ajustes diante da inflação;
- Falta de pagamento por ganhos residuais, ou seja, aqueles que são pagos a partir da reprise das produções;
- Ausência de uma regulamentação do uso de Inteligência Artificial no audiovisual.
A questão dos ganhos residuais foi bastante debatida ao longo dos últimos meses, tendo em vista que a reivindicação se dá, principalmente, pela popularização das plataformas de streaming.
Esse valor, que costumava ser pago quando as produções eram exibidas na televisão (pense em grandes séries como Friends, que são reprisadas até hoje), não entra nos repasses feitos pelos streamings aos profissionais envolvidos nos filmes e séries exibidos.
Os detalhes do acordo que encerrou a greve dos roteiristas ainda não foram divulgados, mas a expectativa é que esse problema tenha sido solucionado.
Como a greve impacta o setor audiovisual mundial?
As proporções da greve dos roteiristas e dos atores de Hollywood deixam evidente a necessidade de debater as questões atuais do meio audiovisual.
O crescimento das plataformas de streaming traz novas questões a serem debatidas e o movimento iniciado nos Estados Unidos pode contagiar outros países.
No Brasil, a política pública já tem se voltado para o tema, por meio da PL 1994/2023, que propõe a criação de uma cota de no mínimo 20% de obras brasileiras nas plataformas disponíveis no país.
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